Playlist da fossa

Semana passada eu estava no Uber voltando para casa quando começou a tocar “Easy On Me”, com Adele, no rádio. Não demorou muito para o olho encher de água e uma lágrima safada insistir em escorrer no rosto. Eu estava bem, não tinha nenhuma emoção “especial” naquele dia para me deixar mais sensível do que o normal. Seria simplesmente o poder mágico que a música – e as artes no geral – tem na vida das pessoas?

Você gosta de chorar no carro? Para mim, parece que não tem lugar melhor. Se for dirigindo, então, é batata! Não sei se é acústica, o sentimento de liberdade, a possibilidade de estar sozinha – raridade na vida da jovem mãe – ou o conjunto da obra. Sei que é começar uma música mais triste no rádio que eu aproveito para aumentar o som e colocar as lágrimas para rolar. As pessoas nos carros à minha volta devem me achar uma verdadeira louca.

Ao som de Adele naquele Uber, tentando esconder as lágrimas do motorista, na hora eu pensei que queria escrever esse texto. Não sei se estou buscando companhias que se identifiquem comigo e, assim, para que eu me sinta menos gauche no trânsito carioca. Agora, sentada escrevendo, coloquei “Easy On Me” para tocar às alturas, deixar a emoção rolar e navegar pelo meu Spotify mais um pouco em busca de outras músicas que mexem comigo.

E eu não estou nem falando tanto dos momentos em que estamos mal mesmo, porque aí provavelmente qualquer música vai fazer você se sentir lá no fundo do poço. Estou falando daquelas situações que tem algo que parece inofensivo incomodando, uma dorzinha ali no peito, uma palavra atravessada que você não digeriu bem, um dia em que levantou com os dois pés esquerdos. Essas, para mim, são as situações ideais para aumentar o som do carro e colocar aquele sentimento para fora. Escorrer no box do banheiro com lágrimas que se misturam com a água que cai do chuveiro? Também temos!

E o que será que caracteriza uma música para aquele momento de fossa? Um estilo, um cantor ou cantora, um gatilho vivido? Provavelmente um pouco de tudo, né? Adele é minha rainha. E alguém explica o efeito dos primeiros acordes de uma Celine Dion cantando? “Brincar de Viver”, “True Colors”, “Me Espera”, “Angel”, “Landslide”, “Blackbird”, “Medo Bobo” são algumas músicas que batem de um jeitinho especial aqui no meu coração.

E por aí, você também tem aquelas canções escolhidas a dedo que se tornaram o fundo musical ideal para os momentos de dorzinha no peito? Bora me ajudar a fazer crescer a nossa playlist da fossa. Coloca nos comentários as suas músicas preferidas e vamos ouvir juntos!