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Coragem de ser quem se é

  • Fernanda Barreto
  • Aug 21, 2023
  • 2 min read

Uma das minhas travas para começar a escrever é a autoexposição. Aceitar a vulnerabilidade, o telhado de vidro, a janela aberta para comentários diversos sejam eles em praça pública ou os feitos à boca pequena – os que mais que assustam. Mas com a maturidade – opa, já comecei a exposição assumindo o envelhecimento – não falar, não me colocar, tem sido mais e mais complicado para mim.


O aprendizado hoje em dia diz mais sobre “como se colocar” do que sobre “se devo falar”. A minha essência aquariana simplesmente me faz falar. Tenho signo, Vênus, sol, cauda do dragão e mercúrio em Aquário, tá bom pra você? Então me sentir livre para opinar, comentar, perguntar e discordar tem feito cada vez mais parte da minha vida.


A rede social ajudou bastante gente como eu a sair do armário na hora de se expor. Mas bem longe das dancinhas, recebidos ou vlogs. Abrir o coração, assumir fragilidades, propor debates é o que me parece mais interessante. É o aspecto “social” da rede que mais me encanta. Acredito que ele tenha me ajudado a assumir um desejo real de falar. Ou melhor, escrever.


“Me tornei escritora para me sentir menos sozinha no mundo. Será que eu sou um ET?”. As palavras são da escritora Tati Bernardi, ditas durante o curso “Fale mal, mas fale de mim”, que eu fiz em maio de 2022. Do outro lado da câmera do computador eu quase levantei a mão, abri o microfone e gritei “Aqui tem um ET também”. Escrever para organizar o que pensa, sente e o que chega de fora. O que do inconsciente precisa ser dito.


Quem me conhece sabe como sou prolixa contando uma história. Adoro uma riqueza de detalhes e me irrito quando alguém que sabe do que estou falando tenta reduzir o percurso e entregar de bandeja o fim da história. Gosto de emoções, de caras e bocas, do que é quase imperceptível. Contar uma história através da escrita abre brechas ainda maiores para essa, digamos, “elaboração”. A literatura cria outra realidade. Altera consciência, detalhes, mas é sempre a partir de algo que foi sentido.


Depois que me tornei mãe, parece que a escrita tomou outro sentido. Eu, que sempre pensei sobre tudo, tive que adicionar à essa mente agitada reflexões sobre filhos, maternar, educar, ser mãe dentro de um casamento, e por aí vai. Então, talvez para que essa cabeça não exploda, eu resolvi tentar descobrir que escritora eu sou depois de ser mãe. Usar a força desse amor que a gente recebe. Força para ser quem a gente é. E ousar colocar em prática mais um pensamento que habita essa cabecinha: O que quero que os filhos aprendam comigo?


Todos somos contadores de histórias por natureza. A gente tem uma grande ferramenta na mão, mas precisa de coragem para colocar para fora. Coragem para aceitar que não existe identificação sem vulnerabilidade. Coragem para se mostrar por inteiro. E confiar nas palavras da também escritora Brené Brown: “Vergonha é aquilo que eu não quero ser nos olhos dos outros”.

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3 comentários


danisabra
28 de ago. de 2023

tudo junto em Aquário dá ainda mais um brilho!!!

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renatinhabahiense
28 de ago. de 2023

ET, presente!

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Viviane Pedruco
Viviane Pedruco
21 de ago. de 2023

Vulnerabilidade e debater com inteligência, com abertura e a coragem de se expor de dizer “não aceito, não entendo, mas vou conviver com o fato que o outro pensa diferente”.

O ir e vir de ideias, mesmo que opostas, ❤️ o mundo cresce assim, de sims e de nãos, não é?

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Quem eu sou

Meu nome é Fernanda e sou jornalista, aquariana, carioca e mãe de dois filhos. Adoro conversar, trocar ideias e viajar. Acima de tudo, busco cada vez mais sentir-me inteira. É por isso que criei o Blog Carta Aberta, um espaço para compartilhar minhas reflexões, histórias e experiências. Acredito que a escrita tem o poder de nos conectar, nos curar e transformar. Espero que você encontre aqui um lugar para se inspirar, refletir e se sentir acompanhado em sua jornada. Seja bem-vindo!

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